Camisola azul acinzentada com capuz, da marca Element, calças de ganga azuis claras e os ténis azuis escuros. No pulso, um relógio Timberland. Foi assim que quatro amigos de João Medeiros viram pela última vez o jovem de 24 anos, quando os deixou dentro do Urban Beach na madrugada de 7 de fevereiro. Saiu da discoteca às 04h13. E os seguranças dizem que não expulsaram o jovem mas a videovigilância mostra-os ao seu lado à saída. A Judiciária aponta para rapto que pode ter acabado em homicídio.
É esta a conclusão final de um relatório da Unidade de Informação de Investigação Criminal da PJ, encarregue da averiguação preventiva face ao desaparecimento do jovem universitário açoriano, que vivia na Madeira e estava em Lisboa a passar uns dias de férias com amigos. Foram encontrados indícios de crime que levaram agora à investigação liderada pela Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP de Lisboa.
Para além da análise da videovigilância e dos depoimentos recolhidos, a PJ fez outras diligências – como promover buscas pelo corpo no rio Tejo, depois de os seguranças terem sugerido a hipótese de João Medeiros, alcoolizado, ter caído ao rio, que corre junto à discoteca.
Mas ninguém o viu cair e, tanto a Polícia Marítima, na altura, como os mergulhadores da Unidade de Intervenção da GNR, já este mês, não encontraram o corpo no fundo do rio. João, que pagara 24 euros de despesa com bebidas na discoteca, foi convidado a sair por seguranças, por estar alcoolizado, segundo os amigos do desaparecido. Os seguranças dizem que não expulsaram o jovem, mas as imagens de videovigilância mostram João a sair com seguranças ao lado. Depois, desapareceu sem deixar rasto.