EMOÇÃO NO REGRESSO DE MILITARES DE MISSÃO

Militares da Marinha chegaram ontem à base naval ao final da manhã. Centenas esperavam para os abraçar
Militares da Marinha chegaram ontem à base naval ao final da manhã. Centenas esperavam para os abraçar
Militares da Marinha chegaram ontem à base naval ao final da manhã. Centenas esperavam para os abraçar
Militares da Marinha chegaram ontem à base naval ao final da manhã. Centenas esperavam para os abraçar

À chegada à base naval do Alfeite, em Almada, os corações já estavam acelerados e as lágrimas já corriam nos rostos da maior parte dos 187 militares da Marinha Portuguesa, que durante cinco meses cumpriram missão na Somália – cujo objetivo foi combater a pirataria no mar. Os militares chegaram ontem abordo da fragata ‘Álvares Cabral’, que não sofreu qualquer ataque durante o tempo em que esteve em alto-mar. “Apostámos na prevenção e na observação rigorosa do terreno”, é a explicação encontrada pelo comandante Jorge Novo Palma, o oficial português que comandou a missão.
Bruno Banha foi o chefe de serviço de Comunicações e há poucos meses recebeu a comunicação de que tinha sido pai. Ontem de manhã, abraçou pela primeira vez o pequeno Henrique. “É uma sensação que nem consigo expressar por palavras. Olhar para a cara dele, senti-lo ao colo… É tão bom”, disse pouco depois de ter o filho nos braços.
O marinheiro Mário estava também abraçado ao filho e só desejava estar com a família e os amigos. “Espero passar a tarde a comer caracóis e sardinhas”, disse ao CM a sorrir.
A par das saudades, estes militares passaram por condições muito duras. Houve alturas em que o termómetro alcançou os 50 graus. Apesar disso, durante todo o tempo de vigia conseguiram intercetar três navios suspeitos e evitar possíveis ataques e escoltaram vários navios de ajuda humanitária. Graças a eles, mais de 21 mil toneladas de alimentos chegaram a cerca de um milhão de somalis.
As viagens da fragata ‘Álvares Cabral’ começaram em 2008,mas o seu futuro poderá estar comprometido até porque não há garantias de que existam mais missões. Questionada sobre o caso, Berta Cabral, secretária de Estado do Ministério da Defesa, disse apenas que a partir de agora “se ponderará certamente o futuro desta operação”.