O Ministério da Educação e Ciência (MEC) deverá avançar com mais agregações de escolas, devido à necessidade de reduzir o orçamento da educação, de acordo com a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (Andaep).
“Tenho indicações de que vêm aí novas agregações de escolas e fecho de algumas. É preciso cortar no Orçamento da Educação e esta é a forma que permite poupar mais, porque reduz a necessidade de funcionários administrativos e de professores”, disse ao Correio da Manhã Adalmiro Fonseca, presidente da Andaep. O responsável sublinha que, devido ao declínio demográfico, “a previsão de descida do número de alunos é dramática” e ditará o reordenamento da rede escolar.
Questionado pelo CM sobre se haverá mais agregações e quando irão ocorrer, o MEC respondeu numa frase. A mesma que usou no comunicado de abril deste ano em que anunciou a última ‘leva’ de fusões: “No essencial, a reorganização da rede escolar encontra-se concluída”. Adalmiro Fonseca considera que “ainda há margem para agregar mais escolas”. “Vejo muitas com poucos alunos. Acredito que vão eliminar escolas primárias e juntar os alunos. E se não tivesse havido eleições autárquicas, já tinham fechado este ano”, afirmou, frisando haver um excesso de escolas básicas de 2º e 3º ciclo, pelo que “algumas devem ser extintas e os edifícios usados para outros fins”. Desde 2005, já fecharam quatro mil escolas primárias com poucos alunos. Foram ainda constituídos 321 novos agrupamentos, num processo iniciado em 2010 com a ministra Isabel Alçada e continuado por Nuno Crato. Alguns destes mega-agrupamentos, que juntam várias escolas numa mesma unidade de gestão, têm mais de quatro mil alunos.