
Dois funcionários da Polícia Municipal de El Hatillo, zona sul de Caracas, ficaram feridos durante mais um protesto no sábado, desta vez pela falta de energia elétrica que se prolonga há mais de 12 horas.
A manifestação teve lugar na urbanização El Cigarral, decorria pacificamente, mas gerou vários episódios de violência depois de um grupo de 20 pessoas encapuzadas se “infiltrarem” entre os manifestantes, que terão bloqueado uma importante estrada e atacaram a polícia com pedras.
O ataque provocou além de dois feridos, danos materiais numa viatura policial, mas de acordo com alguns residentes em declarações ao canal de televisão NTN24 Venezuela, 5 patrulhas policiais chegaram ao local numa tentativa de intimidação dos manifestantes e fazendo-se acompanhar por civis armados que se transportavam em motociclos sem matrícula.
Alegados funcionários policiais retiraram os telemóveis de duas manifestantes e detiveram um jovem que observava o protesto no seu motociclo.
Há mais de quatro meses que se registam protestos diários na Venezuela, alguns deles violentos, devido à crise económica, inflação, escassez de produtos, insegurança, corrupção, alegada ingerência cubana e repressão por parte de organismos de segurança do Estado.
Sábado faleceu Josué Farias, um estudante que foi ferido a 29 de maio durante uma manifestação na Universidade Rafael Belloso Chacín, em Maracaibo (710, quilómetros a oeste de Caracas), elevando para 43 o número de vítimas mortais ocasionadas pelos protestos.
Por outro lado, 900 pessoas ficaram feridas, mais de 3.200 foram detidas, das quais mais de 220 continuam presas.
Mais de dez polícias foram detidos e estão em curso 197 investigações por alegadas violações de direitos fundamentais dos manifestantes.