Pessoas de ascendência africana são “desproporcionalmente” detidos e acusados em Toronto. É o que consta de um novo relatório que analisa a conduta da polícia na cidade.
Uma análise da Comissão dos Direitos Humanos de Ontário (Ontario Human Rights Commission – OHRC) revela que pessoas de ascendência africana têm mais probabilidade de serem presas, acusadas ou de serem alvo do uso de força em intervenções policiais em Toronto.
Segundo o relatório, a comunidade afro-canadiana representa 8,8% da população da cidade. Em contraste, responde por 32% das acusações. Por outro lado, residentes caucasianos e outros grupos “racializados” são sub-representados.
O relatório compreende o período de 2013 a 2017 e foi feito com base em dados dos serviços da polícia de Toronto. Mostrou ainda que pessoas de ascendência africana respondem por 38% das acusações por posse de cannabis, apesar de outros estudos mostrarem que o seu padrão de consumo da substância é semelhante ao de cidadãos caucasianos.
A polícia de Toronto já reagiu ao relatório. Diz que tem uma “importância vital” para a continuidade dos esforços de combate ao racismo. No mesmo dia, o premier de Ontário, Doug Ford, anunciou um novo financiamento de 6 milhões destinados a câmaras de vigilância para uso da polícia.