DÁDIVA DE SANGUE CAIU 60 POR CENTO

Dadores acusam o Ministério da Saúde de tomar medidas que desincentivam à doação
Dadores acusam o Ministério da Saúde de tomar medidas que desincentivam à doação
Dadores acusam o Ministério da Saúde de tomar medidas que desincentivam à doação
Dadores acusam o Ministério da Saúde de tomar medidas que desincentivam à doação

As doações de sangue têm vindo a diminuir em Portugal nos últimos dois anos. As associações de dadores estimam que a quebra ultrapasse os 60% e justificam a redução nas dádivas com a perda da isenção das taxas moderadoras nos hospitais. Há também mais médicos a rejeitar as dádivas dos jovens com tatuagens e piercings no corpo, por serem fatores de risco.
Joaquim Alves, presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue, afirmou ao CM que as colheitas são “cada vez mais difíceis”.
“Há uma grande dificuldade económica por parte dos portugueses e o Ministério da Saúde não está a dar a devida atenção ao problema, que é haver cada vez menos pessoas a dar sangue”, alerta Joaquim Alves.
Segundo o responsável, o fim da isenção da taxa moderadora fez com que o País perdesse “mais de 50mil dádivas por ano desde 2011, baixando das 400 mil para uma média de 350 mil colheitas anuais”.
Joaquim Carlos, presidente da Associação de Dadores de Sangue do Concelho de Aveiro, mostra-se também preocupado. “A redução é contínua nas doações. Os dadores queixam-se da perda da isenção [das taxas moderadoras hospitalares] e depois o resultado é que não aparecem [para dar sangue]. Os dadores são muito maltratados pelas medidas do Ministério da Saúde e já alertámos o ministro para o problema”, sublinhou Joaquim Carlos. Os números da redução das dádivas em Aveiro são exemplificativos do problema. Numa campanha de recolha de sangue de sete dias inscreveram-se 80 dadores, menos 86 do que em 2012 (com 166 inscritos). Desta campanha resultaram 53 dádivas, menos 67 do que em 2012.
O número de dadores diminuiu também em Viana do Castelo. José Passos, presidente da associação dos dadores de sangue do distrito, fala mesmo numa redução de 90 por cento.