A crise fez disparar o número de crianças e de idosos que recorrem a consultas de psiquiatria devido a depressão e ansiedade. Para o psiquiatra e terapeuta familiar Daniel Sampaio o aumento de consultas, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, por parte de pessoas idosas deve-se sobretudo aos cortes registados nas pensões e também do regresso a casa dos filhos, resultado de divórcio e do desemprego.
“As crianças e idosos por serem os grupos da população mais vulneráveis são também as maiores vítimas de um aumento da violência doméstica, consequência da crise”, revelou por sua vez, o psiquiatra Álvaro Carvalho.
Os dois psiquiatras, que integram o grupo de trabalho do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, consideram que estes são doentes considerados urgentes, pois a depressão pode conduzir ao suicídio”.
Álvaro Carvalho, sublinha que o retrato tipo do doente com depressão é do sexo feminino, tem entre 35 e45 anos e está separado ou divorciado.
Já o perfil do doente com tendências suicidas revela uma pessoa com mais de 65 anos, que sofre de doenças crónicas incapacitantes, vive sozinho, procura o isolamento e reside no Alentejo ou no Algarve.