COVID-19: SETOR DOS SERVIÇOS CRESCEU 2,6% EM JULHO NO BRASIL

São Paulo, 11 set 2020 (Lusa) – O setor de serviços do Brasil cresceu 2,6% em julho face a junho, mas acumulou uma queda de 8,9% nos primeiros sete meses do ano, anunciou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de julho face a junho representa o segundo mês consecutivo de subida no setor de serviços do país, no entanto, a recuperação ainda não foi suficiente para reverter as enormes perdas registadas entre fevereiro devido à paralisação das atividades económicas para controlar a pandemia de covid-19.

“Vale destacar que o efeito da pandemia propriamente dito ocorreu entre março e maio. O resultado negativo de fevereiro ainda não era decorrente das medidas de isolamento social e sim uma acomodação do setor de serviços frente ao avanço do final de 2019. As perdas da pandemia entre março e maio somam 19,8%”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Os estados e municípios brasileiros começaram a flexibilizar medidas de isolamento social a partir de junho com a retomada das atividades económicas, o que ajudou na recuperação parcial de setores estratégicos, como indústria e comércio, entre outros.

O gerente da pesquisa do IBGE esclareceu que, diferentemente de outros setores que vêm apresentando uma recuperação mais rápida, o setor de serviços, devido à heterogeneidade ou ao peso de 70% que representa na economia — no caso das atividades investigadas na pesquisa, cerca de 30% do Produto Interno Bruto — tem apresentado uma recuperação mais lenta, sobretudo nas atividades que envolvem atendimento presencial.

Na comparação com julho de 2019, o setor dos serviços brasileiro recuou 11,9%, quinta taxa negativa seguida nessa comparação, enquanto nos últimos 12 meses a queda foi de 4,5%.

Todas as projeções publicadas até ao momento indicam que o Brasil fechará 2020 com uma contração histórica do Produto Interno Bruto (PIB) que, segundo o Governo, ficará entre 4% e 5%, embora organismos internacionais coloquem essa queda entre 8% e 9%.

O Brasil já está em “recessão técnica” depois de uma queda da economia de 9,7% no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses do ano, quando já havia registado uma queda de 2,5%.

No que diz respeito à pandemia, o Brasil é o país lusófono mais afetado e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 4,2 milhões de casos e 129.522 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 910.300 mortos e mais de 28,2 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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