Covid-19: Europa vê “luz ao fundo do túnel” na vacinação – comissário Breton

Paris, 28 mar 2021 (Lusa) – A aceleração na entrega de vacinas contra a covid-19 permite à Europa ver “uma luz ao fundo do túnel”, apesar da terceira vaga, afirmou hoje o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton.

“Temos agora 52 fábricas que trabalham 24 horas por dia, sete dias por semana na Europa para produzir”, sublinhou o comissário, responsável pelo acompanhamento do fabrico de vacinas, em declarações a vários ‘media’ e citadas pela AFP.

“Temos a capacidade de produzir e de entregar aos europeus os 360 milhões de doses previstas até ao fim do segundo trimestre e os 420 milhões que são necessários […] para começar a falar de imunidade coletiva e atingi-la [em meados de julho], acrescentou Breton.

O responsável já tinha dito na semana passada que a Europa pode atingir a imunidade de grupo em 14 de julho.

“Estamos a ver uma luz ao fundo do túnel”, afirmou, considerando que “são precisas ainda algumas semanas para se limitar a propagação do vírus, ao mesmo tempo que se vacina de forma muito significativa”.

“É preciso, de facto, passar a uma velocidade maior, mas agora sabemos que podemos fazer isso”, insistiu, referindo-se ao plano industrial.

Sobre a entrega de vacinas da AstraZeneca, no centro de um diferendo entre Bruxelas e Londres, Thierry Breton reiterou a posição da Comissão Europeia, referindo que “enquanto a AstraZeneca não cumprir as suas obrigações” em relação à União Europeia (UE), “tudo o que for fabricado em solo europeu será destinado aos europeus”.

Bruxelas suspeita que o laboratório anglo-sueco está a favorecer o Reino Unido em detrimento dos países da UE.

Segundo Breton, “os britânicos não conseguem conduzir a política de vacinação sozinhos”.

“A Grã-Bretanha produziu até agora 10 milhões de vacinas. Foram entregues 20 milhões de doses para ajudar os britânicos. Estão totalmente dependentes de nós”, acrescentou, antecipando que o Governo de Boris Johnson pode enfrentar um problema de ‘stocks’ para a administração da segunda dose aos britânicos que já receberam a primeira.

“É um pouco como ‘A cigarra e a formiga’: em vez de guardarem a segunda dose, preferiram dar uma primeira dose a todos, sem reserva”, sustentou.

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