Conteúdo de telemóveis pode condicionar entrada nos EUA

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Os agentes da Alfândega e Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos da América (EUA) têm desde sempre autoridade para exigir que os viajantes forneçam acesso aos seus dispositivos eletrónicos.

No entanto, sob a administração de Donald Trump, o que os agentes procuram parece ter mudado.

Casos recentes, como o de um cientista francês a caminho de uma conferência em Houston impedido de entrar nos EUA devido a mensagens alegadamente “odiosas” encontradas no seu telemóvel, suscitam alertas para quem pondera visitar o país e para alguns advogados de imigração canadianos.

Segundo advogados e especilistas do setor da imigração, até à entrada de Trump na administração dos EUA, os guardas de fronteira usavam esse poder principalmente para procurar provas de crimes, como tráfico de drogas e posse de pornografia infantil.

No entanto, alguns exemplos recentes mostram que os guardas podem estar a negar a entrada de estrangeiros com base nas suas inclinações políticas, descobertas nas suas redes sociais e aplicações de mensagens, que não se alinham com a administração Trump e as suas políticas.

Os especialistas, inclusive do ramo digital, e os advogados de imigração sugeriram que as pessoas preocupadas em proteger a sua privacidade devem considerar o uso de um telemóvel diferente do que normalmente carregam, ao atravessarem a fronteira.

Os especialistas sugerem que uma boa opção é redefinir as definições de fábrica e não ter qualquer aplicação de correio eletrónico ou troca de mensagens instalado, podendo ser solução usar um telemóvel antigo guardado ou um telemóvel descartável.

Para quem estas opções não são acessíveis, é aconselhado uma revisão minuciosa dos dispositivos e apagar tudo o que não seja absolutamente necessário.