CONSÓRCIO TIMORENSE QUER TORNAR-SE NO QUARTO OPERADOR DE TELECOMUNICAÇÕES DO PAÍS

LusaDíli, 20 fev (Lusa) — O consórcio timorense Ceslink apresentou hoje ao Governo uma proposta para se tornar no quarto operador de telecomunicações do país, com um investimento previsto de 21 milhões de dólares (18,5 milhões de euros).

“O grupo Ceslink fez uma apresentação dos detalhes do seu projeto e foi tomada a decisão de que foram autorizados a apresentar uma proposta para entrar no mercado”, disse à Lusa Fidelis Magalhães, ministro da Reforma Legislativa e Assuntos Parlamentares.

“Terão agora que dar cumprimento a toda a legislação e obter a licença como operador através do Ministério dos Transportes e Telecomunicações”, referiu, salientando que, numa primeira fase, é necessária uma decisão da Autoridade Nacional de Comunicações (ANC) que terá que propor ao Governo a abertura de uma nova licença de telecomunicações.

Depois, e caso o Governo delibere conceder essa licença, seria necessário abrir um concurso, explicou à Lusa fonte jurídica do executivo.

“A Ceslink pretende oferecer um serviço de telecomunicações de qualidade, acessível e barato, com tecnologia moderna e eficiente para garantir internet de alta velocidade, comunicações de qualidade em todas as áreas do país e garantia de segurança e confidencialidade das comunicações”, refere o governo, em comunicado.

Segundo o executivo, o Conselho de Ministros analisou durante a reunião de hoje “a apresentação da operadora de telecomunicações Ceslink, um consórcio nacional, composto pela Ceslink, empresa de tecnologia informática, e o consórcio Oka-D’tel, que irão formar o quarto operador de telecomunicações do país”.

O principal investidor do projeto é o empresário timorense Salvador Henrique ‘Mauhoka’, considerado um dos timorenses mais ricos, com uma fortuna feita do setor da lotaria.

Em declarações aos jornalistas, depois da apresentação de hoje, Salvador Henrique Mauhoka confirmou um investimento de 21 milhões de dólares em duas fases, dos quais já foram investidos cerca de cinco milhões para a compra de equipamento.

Numa primeira fase, a empresa quer montar uma antena para garantir a cobertura de Díli alargando a cobertura ao resto do país progressivamente.

Com 1,3 milhões de habitantes, Timor-Leste tem já três operadores de telecomunicações, incluindo a Timor Telecom (na qual o próprio Estado é acionista) e onde a maioria do capital é controlado pela brasileira Oi — que se quer desfazer dessa participação.

Estão ainda no mercado a indonésia Telkomcel e a vietnamita Telemor.

Apesar da concorrência Timor-Leste continua a deparar-se com elevados preços de telecomunicações, especialmente na internet.

Uma situação que se deve, em grande parte, ao facto de sucessivos Governos não terem ainda investido em fibra ótica, obrigando que a maior parte das ligações sejam feitas por satélite.

A Lusa contactou responsáveis do projeto para tentar clarificar alguma da informação sobre o investimento.

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