“Matar os dois filhos menores representa a mais profunda negação dos valores da maternidade.” Foram estas as palavras da presidente do coletivo de juízes que ontem, no Tribunal de Alenquer, condenou Kelly Oliveira a 24 anos de prisão.
A mulher, de 32 anos, que em dezembro matou os dois filhos, de dois anos e 11meses,ao fechá-los num quarto onde tinha ateado fogo a um sofá, foi condenada por dois crimes de homicídio qualificado, um crime de danos materiais e um crime de maus tratos.
“Quando a relação com Cláudio começou a correr mal, Kelly não hesitou em matar os filhos”, referiu a presidente do coletivo, que classificou de “perversos e mesquinhos” os atos da arguida – matou os filhos para causar dor ao pai e à avó das crianças. Apesar de Kelly ter dito em tribunal que estava arrependida de ter matado os filhos, a presidente do coletivo acusou-a de “falta de sinceridade no arrependimento, já que disse ter valido a pena cometer o crime para ver o pai e a avó das crianças sofrerem”.
Kelly Oliveira, em prisão preventiva desde dezembro, vai começar a cumprir a pena em Portugal, sendo depois extraditada para o Brasil, a pedido do Ministério Público.
A advogada de defesa vai recorrer da decisão.