Comunidade: Oakville acolhe festa de São Miguel Arcanjo e dos agricultores

Foto: João G. Silva
Foto: João G. Silva

A paróquia portuguesa de São José, na cidade de Oakville, em Ontário, realizou no passado sábado, dia 30 de setembro, a sua festa anual em honra de São Miguel Arcanjo em simultâneo com os festejos dos agricultores, mais conhecida pela festa dos farmeiros. Foi a última festa religiosa e cultural ao ar livre deste ano da comunidade luso-canadiana.

Num dia espetacular de sol e céu azul em pleno outono, com uma temperatura de verão, amena e agradável, vários grupos de paroquianos participaram e celebraram a festa dos farmeiros, oferecendo vários produtos semeados dos seus campos e pomares, desde variadas frutas, abóboras, cesto de uvas e pimentas, compotas, batatas, massa sovadas, rosquilhas e outros tantos artigos. Os produtos foram depositados em carros alegóricos enfeitados para o efeito, por vários grupos da paróquia, que os doaram para mais tarde serem leiloados.

Pelas 15h, foi realizada, dentro da igreja, a missa solene, pelo novo padre da paróquia, David Ávila, canadiano e filho de pais portugueses.

Depois da eucaristia, a procissão de São Miguel Arcanjo saiu para a rua. O cortejo de oferendas foi acompanhado por vários carros alegóricos em redor do parque da igreja, tais como: Grupo de Oração; Idosos da 3.ª Idade; Mordomia do Divino Espírito Santo; Senhor Bom Jesus; grupo de Aveiro e São Miguel Arcanjo. O cortejo foi acompanhado pelos acordes da Banda Lira Bom Jesus de Oakville.

O cortejo terminou nas traseiras do parque da igreja em frente do coreto, onde se alinharam os seis carros alegóricos. Foram arrematados todos os produtos oferecidos, com o lucro a ser revertido para as despesas da igreja portuguesa de Oakville,

graças aos grupos de paroquianos, agricultores e benfeitores, que doaram os seus cultivos e artigos do campo em prol do bem comum.

Esta festa teve como organizadores Fátima Amaral e o ‘mordomo’ Rui Melo, assim como colaboradores. Foi o caso das senhoras e senhores que trabalharam na cozinha para fazer o jantar. No final do leilão de oferendas, os presentes foram chamados a entrar no salão paroquial, onde foi oferecido o tradicional jantar de feijoada à portuguesa.

Durante a tarde, o bar esteve aberto, vendendo bebidas, refrescos e as famosas bifanas. Não faltaram as tradicionais malassadas à moda dos Açores.

A CMCTV conversou com um dos antigos membros, que esteve à frente da organização da festa mais de seis anos. Disse-nos que antigamente tudo era diferente.

“Estas festas eram muito mais concorridas. Chegaram a participar no cortejo de 12 a 16 carros alegóricos, além disso, a variedade de produtos agrícolas era mais abundante e variada”, contou.

O antigo membro da direção acrescentou ainda que muitos envelheceram ou ficaram doentes. Lamentou que a descendência da comunidade não tenha a mesma disponibilidade para manter a tradição. No entanto, afirmou que a festa deste ano foi melhor que no ano anterior, já que a Covid-19 tinha contribuído para o enfraquecimento das festas.

A festa foi abrilhantada pelo Tony Silveira Band, que terminou com um baile para todos dançarem ao som da tradicional música portuguesa.