Toronto é uma grande cidade. Capital financeira do Canadá, com uma economia bastante diversificada. Na última década, e fruto de grandes reformas, passou dos quase 3 milhões de habitantes para mais de 6 milhões, integrando na cidade toda uma região metropolitana. A grande Toronto é dirigida a partir de Toronto e tudo o resto se integrou. Pensou-se que assim seria melhor. E, assim, é.
Em tudo Lisboa é parecida. Exceto no que diz respeito à integração da região metropolitana. Em Portugal fala-se muito de reformas, exigem-se poupanças no dinheiro público, mas quando se chega à ação, aqui del rei que ninguém quer perder poder. Por isso, quando se fala da grande Lisboa não há comparação com Toronto.
A grande Toronto é só uma. Uma cidade multi-cultural. Lisboa também apresenta essa riqueza multi-cultural, mas só é grande se juntarmos tudo o que está à sua volta. E isso é impossível porque
os interesses instalados são muitos e a defesa da poupança pública só se aplica quando toca aos outros.
Aqui, os nossos sindicatos têm poder e defendem o trabalhador. Apoiam e participam em grandes investimentos, que até visam o lucro e dão trabalho. O exemplo mais recente é o interesse já
manifestado, publicamente, na construção de um casino em zona de futuro desenvolvimento.
Em Portugal, nunca se sabe muito bem quem, efetivamente, defendem os sindicatos. Pois a sua ação é mais política. Exemplo disso são os permanentes apelos dos líderes sindicais, que não foram eleitos por sufrágio universal, a exigirem a demissão do Presidente da República e do Governo que, esses sim, foram eleitos pela vontade do povo expressa nos votos. E quem está autorizado a pedir a demissão dos sindicalistas, que chegam a estar no seu “poder”, durante décadas?
Aqui a cidade funciona 24 horas por dia. Em Lisboa não é bem assim. Por exemplo, quando se fala em alargar os serviços de Saúde por mais duas horas diárias, para desanuviar congestionamentos, os defensores e críticos do Serviço de Saúde dizem que afinal esse alargamento não tem interesse porque depois falham os transportes. Mas se se mexe nos transportes não pode ser porque faz aumentar os prejuízos e penaliza o descanso de quem trabalha.
Enfim, poucas comparações, mas algo elucidativas.
A Direção