Pequim, 30 set 2023 (Lusa) — A China anunciou hoje que irá lançar em 2024 a sua próxima missão lunar, Chang’e 6, para pousar e recolher amostras numa região do lado oculto da Lua que há muito intriga os cientistas.
De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista, o China Daily, a Administração Espacial da China avançou que o projeto “progrediu sem problemas até agora e foi meticulosamente planeado”.
A missão irá consistir em vários componentes, incluindo uma nave que irá ficar em órbita, um módulo lunar que irá pousar na Bacia do Pólo Sul-Aitken, um elevador e um módulo de reentrada.
Um dos principais desenvolvimentos desta missão será o lançamento do satélite retransmissor Queqiao 2, previsto para a primeira metade de 2024, para facilitar a comunicação entre a sonda Chang’e 6 e a Terra, garantindo uma transmissão eficiente de dados.
Se a missão for bem-sucedida, esta será a primeira vez que amostras serão obtidas do lado oculto da Lua, o que poderá revelar informações valiosas sobre a história do satélite.
Além de sua importância científica, o Chang’e 6 irá transportar na nave e no módulo lunar uma carga internacional que inclui 10 quilos de equipamentos estrangeiro.
A França, a Itália e a Agência Espacial Europeia irão contribuir com instrumentos científicos, enquanto o Paquistão irá fornecer carga útil.
A mais recente sonda lunar chinesa, Chang’e 5, viajou até ao satélite em 2020, onde recolheu 1.731 gramas de amostras de solo.
O programa Chang’e, em homenagem a uma deusa que segundo as lendas chinesas vive na Lua, começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007.
O anúncio da Chang’e 6 surgiu depois do Festival do Bolo Lunar, festejado na noite de sexta-feira, durante o qual os chineses tradicionalmente saem à rua com lanternas para ajudar a deusa Chang’e a reencontrar o marido.
Nos últimos anos, o programa espacial chinês alcançou vários sucessos, como pousar a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — um feito inédito — e colocar uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país — depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética — a fazê-lo.
A China concluiu também no ano passado uma estação espacial permanente, no culminar de mais de uma década de esforços para manter presença constante de tripulantes em órbita.
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