CGA registou a entrada de 11.669 antigos subscritores até ao final de abril

Lisboa, 15 jul 2014 (Lusa) — A Caixa Geral de Aposentações (CGA) recebeu a reinscrição de 11.669 ex-subscritores até ao final de abril, segundo dados facultados à Lusa pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

“Até 29 de abril de 2024 foram reinscritos na CGA 11.669 ex-subscritores, sendo 9.216 docentes e 2.453 não docentes”, precisou a mesma fonte oficial do ministério liderado por Rosário Palma Ramalho.

Na mesma resposta, e tal como já tinha sido noticiado pelo Público, o Ministério do Trabalho refere que o resultado das ações judiciais dos funcionários públicos sobre a reinscrição na Caixa Geral de Aposentações que ainda não transitaram em julgado vai ser reinterpretado à luz do diploma aprovado pelo Governo para enquadrar este reingresso.

“As decisões judiciais serão todas naturalmente cumpridas”, disse, acrescentando que “aquelas [decisões judiciais] que ainda não transitaram em julgado poderão vir a sofrer reinterpretação à luz do decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros”.

Dados divulgados hoje pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (afeta à CGTP) referem que, entre janeiro de 2022 e abril de 2024, avançaram para tribunal pelo menos 460 ações judiciais com 741 trabalhadores como autores, dos quais estão em curso 264 processos, respeitantes a 474 trabalhadores, e 196 processos (que abrangem 267 trabalhadores) já transitaram em julgado.

O Conselho de Ministros da semana passada aprovou um decreto que, referiu na ocasião o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garante o direito dos trabalhadores, “clarificando que esse direito à reinscrição na Caixa Geral de Aposentações existe para aqueles que tiveram uma continuidade material nos seus vínculos”.

Assim, detalhou o ministro, o direito ao reingresso “em linha com o que disse o Supremo Tribunal Administrativo, existe para quem tenha estado em continuidade material na função pública”, pelo que “fazia sentido acautelar” o caso daquelas pessoas que “efetivamente nunca quiseram sair da função pública”, mas que após 2006 podem ter trocado de entidade para a qual trabalhavam (de uma universidade para outra, por exemplo), mas “sem nunca ter havido interrupção” do vínculo que as ligava à função pública.

“Outras situações [em que haja descontinuidade temporal do vínculo] não estão incluídas na garantia”, disse o ministro.

As inscrições na CGA foram encerradas em 31 de dezembro de 2005, passando os funcionários públicos que iniciaram ou reiniciaram funções a partir desta data a serem inscritos na Segurança Social. Entre um e outro regime há algumas diferenças, desde logo no pagamento das baixas por doença, mas também no acesso à aposentação.

Nos últimos anos, deram entrada nos tribunais vários processos de funcionários públicos que queriam ver reconhecido o direito à reinscrição na CGA pelo facto de antes de 2006 terem descontado para esta caixa, e muitos viram os tribunais dar-lhes razão.

O elevado número de pedido de reingresso registado levou o anterior Governo a suspender o processo, que deverá agora ser retomado à luz do diploma aprovado pelo Conselho de Ministros e que limita este regresso àquelas pessoas que não registaram descontinuidade temporal na vinculação com a administração pública.

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