Lisboa, 23 fev (Lusa) – Cerca de uma centena de enfermeiros concentrou-se hoje em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para uma vigília em defesa destes profissionais e do Serviço Nacional de Saúde.
A vigília foi convocada pelo Movimento Nacional de Enfermeiros e teve início às 19:30 em Lisboa e numa dezena de outras localidades de todo o país.
A iniciativa acontece no dia em que o primeiro-ministro, António Costa, revelou que o Governo está disposto a chegar a acordo sobre a “revisão da carreira” com os enfermeiros, assim como “procurar corrigir” algumas injustiças da anterior eliminação das categorias.
Na vigília em Lisboa, os enfermeiros concentram-se em redor de um cartaz onde se lê “Não temos medo”, junto do qual foram acendidas várias velas.
Aos jornalistas, a porta-voz do Movimento Nacional dos Enfermeiros, Sónia Viegas, afirmou que a vigília serve para dizer que os enfermeiros “não vão baixar os braços”, porque a “proposta imposta aos enfermeiros não satisfaz a classe”.
Na vigília estiveram presentes representantes do Sindicato Democrático dos Enfermeiros, tendo o dirigente Luís Mós afirmado à agência Lusa que vê com bons olhos, ainda que com cautelas, as declarações de hoje do primeiro-ministro.
Segundo Luís Mós, a atual greve dos enfermeiros decretada por este sindicato irá manter-se até ao dia 28.
Caso, nas novas negociações com a tutela, não haja acordo, o sindicalista disse que haverá novas formas de luta.
Na sexta-feira, o Governo revelou que prevê retomar até aos primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas sindicais dos enfermeiros.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, no entanto, que a discussão sobre a carreira de enfermagem terminou, estando para publicação em Boletim do Trabalho e do Emprego, mas que há outros temas para serem discutidos e tratados.
O reatamento das negociações foi anunciado após o Conselho de Ministros ter decretado a 07 de fevereiro uma requisição civil na greve dos enfermeiros em curso desde 31 de janeiro nos blocos operatórios de quatro centros hospitalares, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
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