CANNABIS CADA VEZ MAIS POTENTE, AUMENTAM EMERGÊNCIAS MÉDICAS PELO CONSUMO

cannabisA cannabis vendida nas ruas é cada vez mais potente devido às inovações introduzidas na produção desta planta e as emergências médicas relacionadas com o seu consumo estão a aumentar, segundo o relatório europeu sobre drogas divulgado esta terça-feira.
As novidades observadas no mercado de cannabis na Europa são uma das principais preocupações apontadas este ano pela agência europeia de monitorização do fenómeno da droga, pois os especialistas alertam que as drogas atualmente consumidas na Europa são “mais prejudiciais para a saúde” do que eram no passado e que há indícios de que a potência da cannabis vendida nas ruas esteja a aumentar, devido a alterações introduzidas na sua produção.
Os especialistas alertam também para a ausência de um acompanhamento no domínio das emergências médicas relacionadas com o consumo de cannabis, considerando tratar-se de um “ângulo morto” na vigilância europeia “às ameaças emergentes para a saúde”.
O relatório mostra ainda que cerca de 73,6 milhões de europeus consumiram cannabis em algum momento da sua vida, 18,1 milhões dos quais no último ano e aproximadamente 14,6 milhões de jovens entre os 15 e os 34 anos referem tê-la consumido no último ano.
As plantações de cannabis estão a crescer em toda a Europa, levando a um aumento significativo do seu consumo na forma de erva, em detrimento do tradicional haxixe (resina de cannabis), maioritariamente importado.
A agência europeia de monitorização do fenómeno da droga estima que sejam consumidas por ano cerca de 2.050 toneladas de resina de cannabis (haxixe) e de cannabis herbácea (marijuana).
Mais de 80 novas drogas foram notificadas pela primeira vez junto do Sistema de Alerta Rápido de UE em 2013 havendo por isso um alerta para o aumento de novas substâncias.
Estas 81 novas drogas aumentam para 350 o número de novas substâncias sujeitas à vigilância da agência europeia de monitorização do fenómeno da droga.
A heroína continua em declínio na Europa, mas as drogas de substituição causam grandes preocupações aos responsáveis europeus, assim como os surtos de recentes de VIH entre consumidores na Grécia e na Roménia.
O alerta estende-se à crescente preocupação com o consumo injetado de várias drogas ilícitas estimulantes usadas nas chamadas festas de “sexo químico”, habitualmente associadas a práticas sexuais de risco e chama-se à atenção para a importância de monitorizar rigorosamente este problema, que é “uma prioridade de saúde pública”.