O dia de sábado trouxe às ruas do Brasil novas manifestações de protesto. Houve desfiles em pelo menos 40 cidades, muitos deles contra a proposta da emenda constitucional PEC37, que limita o poder de investigação do Ministério Público e protege os políticos corruptos. Mas também se atacou os gastos como Mundial 2014, com cerca de seis mil pessoas a desfilarem em Belo Horizonte, perto do Mineirão, onde se jogou o Japão-México para a Copa das Confederações.
O apelo de apaziguamento de Dilma Rousseff suscitou reacções muito críticas. No discurso gravado transmitido sexta-feira à noite em cadeia nacional, a presidente respondeu à vaga de protestos que varre o Brasil, e na qual o seu governo é um dos principais alvos, com um pacto nacional dirigido aos movimentos sociais. Mas, exceto entre os aliados, o discurso foi considerado fraco, vago e com propostas que, além de não serem da presidente, são antigas.
O Programa de Mobilidade Urbana, principal proposta de Dilma para satisfazer os movimentos estudantis, já foi apresentado em 2007, pelo ministro das Cidades Márcio Fortese, um ano depois, com as mesmas medidas, pela ministra do Turismo Marta Suplicy. Além disso, o discurso da presidente foi ouvido como ameaçador, por repetir que o governo não “transigirá com atos violentos”, e que reprimirá “a minoria autoritária”, que tem promovido vandalismos.