Os apelos do papa Francisco à simplicidade e à modéstia em todas as iniciativas da Jornada Mundial da Juventude, que hoje começa no Rio de Janeiro, parecem não ter sido ouvidos do outro lado do Atlântico.
Na receção oficial, às 17h00 locais (13h00 em Lisboa), no Palácio Guanabara, serão servidos, por solicitação do papa, apenas água, café e biscoitos. Um lanche “simples” que vai custar aos cofres do Governo do Rio 293 mil euros, 450 euros por pessoa.
Os gastos públicos com a visita de Francisco ao Brasil, que devem rondar os 51 milhões de euros, estão a merecer grande contestação no país. No entanto, o governo já veio explicar que a Jornada Mundial da Juventude e os 800 mil turistas que a iniciativa leva à cidade representam um encaixe superior ao dobro dessa verba.
Esta visita de Francisco ao Brasil é a primeira viagem internacional deste papa e uma prova de fogo para Francisco, atendendo à turbulência social que tem agitado o país nos últimos meses.
Apesar das manifestações e de um clima social algo incerto, o papa vai deslocar-se pelas ruas em jipe aberto e não num papa móvel blindado, como pretendiam as autoridades locais, o que obrigou ao reforço do esquema de segurança.
Há uma grande expectativa em relação à forma como o papa abordará os temas mais polémicos, como o aborto, o uso do preservativo ou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Isto quando carrega a difícil missão de tentar recuperar o espaço perdido para outras religiões que, todos os dias, crescem a grande ritmo no maior país católico do Mundo.