São Paulo, 11 set 2020 (Lusa) — A Polícia Federal brasileira apreendeu património estimado em 230 milhões de reais (36,4 milhões de euros), numa grande operação, em conjunto com as autoridades do Paraguai, contra grupos de traficantes de droga.
A ação, com o nome ‘Operação Status’, tem “o objetivo de combater branqueamento de capitais do tráfico de drogas”, segundo um comunicado da Polícia federal brasileira.
“Trata-se de mais uma ação do órgão no cumprimento das diretrizes de descapitalização patrimonial do crime organizado, cooperação internacional e prisão de lideranças”, refere a mesma nota.
As autoridades frisaram que o dinheiro apreendido está dividido em património localizado tanto no Brasil quanto no Paraguai.
No Brasil foram apreendidos 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves, cujos valores somados atingem 80 milhões de reais (12,7 milhões de euros) em património adquirido pelos líderes da organização criminosa, notadamente o Primeiro Comando da Capital (PCC).
No Paraguai foram sequestrados dez imóveis, no valor aproximado de 150 milhões de reais (24 milhões de euros).
Polícias federais brasileiros cumprem, também, oito mandados de prisão preventiva e 42 mandados de busca e apreensão, além das ordens de apreensão, todas expedidas pela 5.ª Vara Federal em Campo Grande, capital do estado do Mato Grosso do Sul.
No Paraguai decorre o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e busca e apreensão em coordenação com a Secretaria Nacional Antidrogas, em 12 locais nas cidades de Assunção e Pedro Juan Caballero.
“O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal branqueamento de capitais do tráfico de cocaína, por meio de empresas ‘fantasmas’ e empresas de fachada, entre as quais havia construtoras, administradoras de imóveis, lojas de veículos de luxo, entre outras. A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de cambistas sediados no Paraguai, com operadores em cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro”, explicou a Polícia Federal brasileira.
A operação foi batizada de ‘Status’ em alusão à ostentação de alto padrão de vida mantida pelos líderes da organização criminosa, com participações em eventos com veículos desportivos de alto valor, contratação de artistas famosos para eventos pessoais e residências de luxo.
No mês passado, o Brasil deteve vários parentes de Jarvis Pavão, alegado chefe do narcotráfico na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, considerado um importante parceiro do PCC.
O PCC é a facção criminosa mais poderosa do Brasil. O grupo era comandado da prisão por Marcos Willians Herbas, vulgo “Marcola”, detido em um presídio de segurança máxima no Brasil.
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