Biden compromete-se com investigação a fundo sobre atentado contra Trump

Washington, 23 jul 2024 (Lusa) – O Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu hoje “chegar ao fundo” na investigação à tentativa de assassinato do republicano Donald Trump, no dia em que aceitou a demissão da diretora dos Serviços Secretos, Kimberly Cheatle, por falhas de segurança.

“A revisão independente para chegar ao fundo do que aconteceu em 13 de julho continua e estou ansioso por avaliar as suas conclusões. Todos sabemos que o que aconteceu nesse dia nunca mais acontecerá. À medida que avançamos, desejo a Kim tudo de bom e planearemos nomear um novo diretor em breve”, disse o Presidente em comunicado.

A demissão ocorreu após vários apelos de legisladores de ambos os partidos no Congresso e depois de a diretora da agência de segurança ter comparecido perante uma comissão da Câmara dos Representantes na segunda-feira.

“A Jill [primeira-dama] e eu agradecemos à diretora Kim Cheatle pelas suas décadas de serviço público. Ela dedicou-se abnegadamente e arriscou a sua vida para proteger a nossa nação ao longo da sua carreira nos Serviços Secretos dos Estados Unidos”, afirmou Biden sobre a alta responsável nomeada pela sua administração.

Noutra declaração, o secretário da Segurança Interna, Alejandro N. Mayorkas, agradeceu também a Kimberly Cheatle, que “dedicou a sua carreira ao serviço público” e à “secreta” norte-americana durante mais de 29 anos, “subindo na hierarquia graças ao seu talento, duro trabalho, dedicação altruísta à missão e integridade”.

Na sua audição no Congresso, Cheatle admitiu que a tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump, num comício do republicano na Pensilvânia no âmbito das eleições de 05 de novembro, representou o “maior fracasso operacional” da agência em décadas.

A diretora assumiu “total responsabilidade” pela falha de segurança da sua agência e disse estar a cooperar com as investigações em curso sobre o ataque a tiro contra o candidato presidencial republicano, enquanto participava num comício em Butler. Trump ficou ferido numa orelha.

O atirador subiu a um telhado a cerca de 140 metros do ex-presidente norte-americano, embora fora do perímetro de segurança.

Dois minutos antes do tiroteio, testemunhas tinham alertado para a presença suspeita do agressor, Thomas Matthew Crooks, um jovem de 20 anos cujos motivos são ainda desconhecidos.

Um participante no comício foi morto e dois outros ficaram feridos, antes de Crooks ser abatido no local pelos Serviços Secretos.

Durante a audição na segunda-feira, os republicanos protestaram contra a recusa de Cheatle em responder à maioria das suas perguntas, alegando que existem várias investigações em curso com as quais os Serviços Secretos estão a colaborar para esclarecer o que falhou na operação.

O Departamento de Segurança Interna, do qual dependem os Serviços Secretos, anunciou no domingo o início, por ordem de Joe Biden, de uma investigação independente sobre ameaças a membros de ambos os partidos, que deverá estar concluída no prazo de 45 dias.

A investigação será formada, entre outros, por Janet Napolitano, ex-secretária de Segurança Interna do ex-presidente Barack Obama (2009-2017), e Frances Townsend, ex-assessora de Segurança Nacional do ex-líder da Casa Branca George W. Bush (2001-2009).

No domingo, os jornais The Washington Post e The New York Times informaram que altos funcionários dos Serviços Secretos norte-americanos negaram repetidamente pedidos de mais recursos e pessoal para a segurança de Donald Trump nos dois anos anteriores à sua tentativa de assassinato.

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