Bernie Sanders defende recandidatura de Biden

Washington, 13 jul 2024 (Lusa) – O senador Bernie Sanders, figura da esquerda norte-americana, defendeu hoje a continuação de Joe Biden como candidato democrata às presidenciais, apesar da pressão para que o atual presidente se retire devido às dúvidas sobre a sua saúde.

“Basta! Biden pode não ser o candidato ideal, mas será o candidato e deve ser o candidato. E com uma campanha eficaz, que fale às famílias trabalhadoras sobre as suas necessidades, não só vencerá Trump, como o vencerá largamente”, declarou Sanders num artigo no jornal New York Times, apelando aos democratas “para parar com as querelas e críticas”.

Depois de um desempenho desastroso, no passado dia 27 de junho, num debate com o republicano Donald Trump, de 78 anos, Biden, de 81 anos, tem sido alvo de críticas sobre o seu estado físico e mental, com vários políticos democratas a pedirem que se retire da corrida presidencial.

Na sexta-feira, numa ação de campanha no Michigan, Biden insistiu que será candidato.

“Sou candidato e vamos ganhar”, disse aos seus apoiantes em Detroit.

Depois do debate, as sondagens indicam que o desempenho de Joe Biden suscita preocupação nos norte-americanos sobre a sua capacidade de governar durante mais alguns anos, mas não mexe muito nas linhas eleitorais.

Algumas parecem dar ao republicano uma vantagem relativa para as eleições de novembro. A tendência mais preocupante para o democrata continua a ser o seu atraso persistente em estados norte-americanos decisivos.

Bernie Sanders, adversário de Biden nas primárias democratas de 2020, mostrou o seu apoio ao presidente e afirmou que fará tudo o que puder para que Biden seja reeleito.

“Sim, eu sei: Biden é idoso, comete gafes, tem um andar rígido e teve um debate desastroso com Trump. Mas também sei que uma eleição presidencial não é um concurso de entretenimento. Não começa nem acaba com um debate de 90 minutos”, escreveu Sanders.

O senador de 82 anos apontou como exemplo as recentes eleições legislativas em França: “É tempo de aprender a lição com as forças progressistas e centristas em França que, apesar das suas profundas divergências políticas, se uniram esta semana para derrotar claramente o extremismo de direita”.

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