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Embrulhada num xaile e num cobertor vermelho; sem roupa e dentro de um saco térmico. Foi assim que Edgar Azevedo, de 29 anos, encontrou a bebé de apenas um mês, anteontem à noite, abandonada num banco de uma paragem de autocarro, na rua Monte dos Burgos, no centro do Porto. A recém-nascida estava a dormir e não chorava, aparentando ter sido abandonada há poucos minutos.
“Estava a sair do autocarro, de regresso a casa, quando dei de caras com um saco térmico aberto no banco da paragem. Fui espreitar e vi um recém-nascido. Estava muito quieto. Não percebi sequer se estava vivo ou morto, nem estava a acreditar no que estava a ver”, disse ao CM o operário, que correu de imediato para a esquadra da PSP do Carvalhido – em frente à paragem de autocarro.
“Assim que vi o agente que estava à porta, contei-lhe o que tinha acabado de encontrar. Fomos lá e percebemos que a bebé estava viva. Procuramos por algum documento ou pulseira, mas ela não tinha nada”, contou Edgar Azevedo. “Primeiro, pensámos que poderia ser algum bebé que tinha ficado ali esquecido, mas como estava dentro de um saco térmico percebemos logo que tinha sido abandonado”, frisou.
Edgar Azevedo garante ter ficado incrédulo com a descoberta. “Senti-me muito triste. Não percebo o que pode levar alguém a abandonar um bebé indefeso. Isto não me entra na cabeça. Tenho uma filha de três anos e não sei viver sem ela”, acrescentou.