ASSESSORES DÃO CRÉDITO A ‘TRUQUE’

Pais Jorge, demitido na polémica, Franquelim Alves e Óscar Gaspar, assessor de Sócrates
Pais Jorge, demitido na polémica, Franquelim Alves e Óscar Gaspar, assessor de Sócrates
Pais Jorge, demitido na polémica, Franquelim Alves e Óscar Gaspar, assessor de Sócrates
Pais Jorge, demitido na polémica, Franquelim Alves e Óscar Gaspar, assessor de Sócrates

Os assessores económicos do então primeiro-ministro José Sócrates, Óscar Gaspar e Vítor Escária, recomendaram as propostas apresentadas pelo Citigroup e pelo Barclays para ‘maquilhar’ o défice ao Ministério das Finanças. Teixeira dos Santos achou a operação “interessante” e só o IGCP – que gere a dívida pública – travou a ideia.
Os dados são revelados em documentos enviados ao CM pelo atual Executivo. Os papéis mostram que a iniciativa partiu de Gaspar e Escária como sendo “operações com repercussões no défice que podem ser consideradas em caso de dificuldades”. Para ambos, a operação inseria-se “nas estratégias normais de redução do risco”. O chefe de gabinete de Sócrates, Luís Patrão, diz concordar com a sugestão e encaminha as propostas para o Ministério das Finanças. O ex-ministro Teixeira dos Santos dá visto ao documento, acrescentando a anotação “com interesse” e encaminhando-o para o secretário de Estado Costa Pina, que o entrega ao IGCP. Aí, pela mão de Franquelim Alves – então líder do organismo e que já passou pelo atual Governo –, o IGCP afirma que “as operações não são aconselháveis” por violarem os princípios de gestão da dívida e, acrescenta, os ganhos de curto prazo significavam “onerar anos futuros com custos acrescidos e riscos de dimensão desconhecida”. A proposta do IGCP permitia um encaixe para o défice de 370 milhões de euros e a do Barclays – agora conhecida – de 12,5 milhões por cada 100 milhões de montante subjacente.