André Villas-Boas quer mais mulheres em campo mas também no dirigismo

Arouca, Aveiro, 16 jul 2024 (Lusa) — O presidente do FC Porto disse hoje que quer mais igualdade de género no clube, apelando ao reforço do número de mulheres na prática desportiva, nas bancadas e também no dirigismo ‘azul e branco’.

André Villas-Boas apresentou essa intenção na inauguração da Casa do FC Porto de Arouca e no contexto do agradecimento à presidente dessa estrutura, a professora Cristina Saavedra, que, apesar de só hoje receber a visita formal de um líder portista, já há dois anos gere a referida coletividade e aí vem dinamizando a cultura ‘azul e branca’.

“No nosso seio temos milhares de mulheres, mas estamos muito longe da paridade desejável e não esgoto a minha análise apenas no campo numérico: temos de ter mais mulheres na primeira linha do clube e queremos ver mais jovens meninas e mulheres a praticar desporto connosco, a transformarem-se em atletas campeãs, a assumirem mais cargos de destaque no clube e nas empresas do grupo FC Porto, e a darem o seu contributo qualificado e informado para o associativismo”, declarou Villas-Boas.

O líder dos portistas espera que essa ambição se reflita também num maior número de sócias para o clube e deu como exemplo o caso da própria Casa do FC Porto de Arouca.

“Entre os 298 sócios da casa, apenas 18 são sócios do clube. Temos de concluir que, apesar de aqui haver de facto portismo, não há verdadeiras vantagens nem motivações para alguém ser sócio da casa e também sócio de pleno direito do clube”.

Assumindo que “é responsabilidade da direção do FC Porto e das casas portistas” alterar essa realidade e garantir o crescimento da comunidade ‘azul e branca’, Villas-Boas realça, contudo, que todos estão “alinhados na necessidade de mudanças efetivas” e que isso se tem “traduzido numa afluência histórica aos lugares anuais [no estádio] e em novos sócios do clube”.

Cristina Saavedra, que dirige a representação dos ‘dragões’ arouquense, revelou que o anterior presidente do clube “não teve oportunidade” de inaugurar a estrutura nos dois anos que essa já leva de funcionamento, mas afirma que isso não impediu a casa de “ir crescendo aos poucos” em número de sócios e simpatizantes.

Sem revelar qual o investimento envolvido na criação dessa coletividade mas realçando que esse foi assegurado “pela generosidade de 130 sócios fundadores”, a mesma responsável propõe-se agora dinamizar a casa portista de Arouca de forma a proporcionar “um bom espaço de convívio” aos seus 298 sócios.

Quanto aos jogos em que o FC Porto defrontar o Arouca, Cristina Saavedra garante: “Quem quer que esteja em campo, eu sou sempre do FC Porto. Mas se o Arouca lhe ganhar, nesse caso não choro”.

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