As emissões de gases com efeito de estufa do Canadá diminuíram ligeiramente no ano passado, mesmo com o crescimento da economia e da população, o que sugere que as políticas climáticas tiveram o efeito pretendido.
No seu relatório anual sobre as emissões, tornado público a 19 de setembro, o Instituto Canadiano do Clima afirmou que as emissões do país foram reduzidas em 0,8% em 2023, para um total de 702 megatoneladas de dióxido de carbono.
Dave Sawyer, principal economista ambiental da organização de investigação política, afirmou que os resultados mostram, que houve um progresso modesto na redução das emissões de gases com efeito de estufa e que a política está a começar a surtir efeitos.
As reduções mais notáveis foram registadas no setor da eletricidade, que passou do carvão, um combustível intensivo em termos de emissões, para outros combustíveis, como o gás natural. Também o setor da construção registou reduções, com a implementação de bombas de calor nos edifícios novos.
No entanto, a taxa de redução não foi maior, devido ao aumento das emissões do petróleo e do gás e pelo aumento das viagens aéreas após a pandemia, segundo o relatório climático.
O petróleo e o gás mantiveram uma tendência de longa data de aumento constante das emissões – mais 1% ou 2,2 megatoneladas a partir de 2022 – e representam agora 31% do total nacional do Canadá.
Janetta McKenzie, especialista em petróleo e gás no instituto Pembina, em Calgary, disse que há um conjunto de soluções para a indústria destes componentes, como a redução adicional das emissões de metano e o uso direcionado da tecnologia de captura e armazenamento de carbono. Mas, segundo McKenzie, não é uma questão de fácil resolução.
O ministro do Ambiente e das Alterações Climáticas, Steven Guilbeault, afirmou a 18 de setembro, que estão a ser preparadas mais medidas de tentativa de redução de emissões, incluindo projetos de regulamentação para o limite das emissões de petróleo e gás, bem como regras para a regulamentação da eletricidade limpa.