ALERTA PARA ÁLCOOL E PROCURA DE CRACK

18 mil viciados em heroína receberam tratamento (RICARDO ALMEIDA)
18 mil viciados em heroína receberam tratamento (RICARDO ALMEIDA)
18 mil viciados em heroína receberam tratamento (RICARDO ALMEIDA)
18 mil viciados em heroína receberam tratamento
(RICARDO ALMEIDA)

As autoridades estão preocupadas com a procura de novas drogas “altamente aditivas”, como o crack, e o aumento do consumo de álcool e heroína como “antidepressivos” ou “amortecedores do sofrimento”.
“As pessoas usam drogas por dois motivos: na busca de potenciar o prazer, e aí temos os estimulantes ligados à vida noturna, ou na busca de alívio do desprazer. O álcool e a heroína aparecem nestas duas categorias”, explicou João Goulão, diretor geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).
“O crack está a aparecer no nosso mercado. É um sucedâneo mais barato, altamente gerador de adição, altamente gerador de degradação e com efeitos comparáveis à heroína, nos contextos de outros tempos, que todos lembramos dever em Portugal”, acrescentou o especialista, que vê a crise como um dos fatores que têm contribuído para o agravamento deste fenómeno.
Segundo os dados recolhidos pelo SICAD, das 4700 pessoas que recorreram aos serviços clínicos especializados devido ao seu passado de consumo, e que por isso “estão na primeira linha da fragilidade social”, 495 evidenciaram o medo de reincidir no álcool e 3897 no vício da droga, com destaque para a heroína, que entre 2011 e o ano passado registou um aumento de readmissões nos serviços de mais 1066 casos, num total de 2418. Só este ano, até setembro, 906 antigos consumidores de heroína voltaram a pedir apoio aos técnicos, num universo de 2162 pedidos de auxílio médico.
No ano passado mais de 37 mil utentes foram acompanhados pelos centros de resposta, 29 064 dos quais devido à adição a substâncias psicoativas, nomeadamente heroína, com 18 153 utentes ativos (mais informação na pág. 47).