A Agência Tributária do Canadá (CRA, sigla em inglês) está a reforçar os seus esforços para apanhar aqueles que fogem ao fisco – incluindo aqueles que depositam dinheiro no exterior (offshore) – no âmbito de um vasto plano que visa recuperar 2,6 mil milhões de dólares em impostos não pagos, ao longo dos próximos cinco anos.
Na segunda-feira, a agência compartilhou algumas das especificidades sobre como irá melhorar a deteção, fiscalização e repressão daqueles que enganam o fisco, contando com a ajuda de um compromisso governamental de 444 milhões de dólares, durante um período de cinco anos.
Os detalhes do plano da agência seguem-se às noticias dos meios de comunicação no denominado processo Panama Papers, uma fuga de informação que abrangeu 11,5 milhões de registos de uma firma de advogados panamenha que lançou uma luz sobre o uso de paraísos fiscais em todo o mundo.
O financiamento governamental (extra) para lutar contra a evasão fiscal foi anunciado no orçamento do mês passado.
Segundo o plano, Otava vai intensificar o seu trabalho de deteção no estrangeiro, examinando todas as transferências internacionais de fundos de mais de 10.000 dólares para/e do Canadá. Até agora, a agência disse que já recolheu informações sobre todos esses intercâmbios desde janeiro de 2015.
A agência também vai concentrar-se em quatro jurisdições internacionais selecionadas este ano para um exame mais aprofundado.
A agência também vai lançar um programa especial destinado a grupos que criam e promovem esquemas de evasão e fraude fiscais para os mais ricos.
O novo dinheiro do governo vai permitir que a agência possa contratar mais auditores e especialistas, que irão concentrar-se nos indivíduos de “alto risco” e empresas multinacionais.
O primeiro-ministro Justin Trudeau disse na semana passada que os documentos do Panamá destacaram as preocupações que as pessoas em todo o mundo têm sobre os líderes políticos e outras figuras poderosas que usam contas no exterior para evitar o pagamento de impostos.
Até ao momento, cerca de 350 interesses canadianos são mencionados nos documentos vazados e não há nenhuma indicação de que qualquer um deles tenha violado a lei.
Na semana passada, a agência de inteligência financeira do Canadá anunciou que tinha multado um banco canadiano em mais de 1 milhão de dólares por deixar de relatar transações suspeitas e transferências. A agência recusou-se a dizer qual o banco que foi multado.
Fonte: Canadian Press