ACORDO PROVISÓRIO NEGOCIADO NA UCRÂNIA

Viktor Ianoukovitch (Direitos Reservados)Um acordo temporário que prevê uma reforma constitucional a realizar desde agora até Setembro, até à fixação de datas para a realização de eleições presidenciais e legislativas, foi negociado durante a última madrugada, sob mediação de diplomatas europeus, entre governo e opositores ao regime da Ucrânia.
A meio da manhã de sexta-feira, o presidente Yanukovich anunciou o regresso à Constituição de 2004 que reduz os poderes presidenciais, uma das condições impostas pelos partidos da oposição, para regressarem à mesa das negociações e a possível criação de um governo provisório num prazo de 10 dias.
Viktor Ianoukovitch garantiu ainda que vai haver eleições presidenciais antecipadas, uma reforma constitucional e um governo provisório de unidade nacional, concessões após o banho de sangue dos últimos dias em Kiev.
O país mergulhou num ambiente violento, à beira da guerra civil, com ataques constante dos últimos dias, entre manifestantes e forças policiais, na principal praça de Kiev e nos edifícios do Estado ocupados pelos opositores ao regime.
O último balanço feito pelo ministério da saúde ucraniana, aponta para 77 mortos e quase 500 feridos, vítimas dos confrontos que se intensificaram desde o início da semana, mas nos hospitais de campanha espalhados pela cidade, há constantemente pessoas a receber tratamentos.
O secretário geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, condena aquilo que chama de escandaloso banho de sangue na Ucrânia e numa declaração pública em Atenas, apelou de novo, ao regresso do exército aos quartéis, responsabilizando o governo ucraniano pela intervenção das forças armadas nesta crise política.
Também a ONU está preocupada com a situação em Kiev. O secretário geral das Nações Unidas, Ban Kimoon já apelou a todas as fações envolvidas para resolverem a crise com diálogo, prometendo ao povo ucraniano que tudo fará para que a ordem seja restabelecida no país.