Duas crianças viram ontem os avós morrerem numa colisão frontal quando viajavam para as desejadas férias no Algarve. A mãe, uma chefe da PSP de Setúbal que conduzia o carro onde seguiam os idosos, foi a única sobrevivente do brutal acidente que matou sete pessoas ontem à tarde no IC1, a principal via de acesso ao Algarve para quem quer evitar as portagens da A2. Na origem da colisão estará uma ultrapassagem numa zona de risco contínuo. O local da tragédia fica apenas a sete quilómetros do sítio onde anteontem um casal também perdeu a vida em circunstâncias semelhantes.
Num dos carros, viajavam cinco jovens – de Vila Real, Espinho e Vizela –, com idades entre os 20 e os 24 anos. Regressavam às suas casas depois de uns dias no Algarve. Nenhum sobreviveu. Na segunda viatura envolvida, faleceu um casal – ambos com mais de 70 anos. Apenas a filha dos idosos, que seguia ao volante, sobreviveu ao desastre.
Seguiam rumo ao Sul para gozar um período de férias. Uns metros adiante, seguiam, num outro carro, o marido e os filhos da sobrevivente, que terão assistido aos momentos de pânico e às operações de socorro.
O alerta chegou aos bombeiros às 13h50 de ontem. Para o local seguiram mais de 30 operacionais das corporações de Ourique, Castro Verde, Aljustrel e Almodôvar. O acidente ocorreu ao quilómetro 677,7, entre a Aldeia de Palheiros e o cruzamento para Castro da
Cola, numa reta que tem boa visibilidade.
A GNR está a investigar as causas do mais grave acidente do ano nas estradas do Alentejo, mas para já apenas existe uma certeza: “A colisão aconteceu no sentido Norte-Sul. O Peugeot onde viajavam cinco das vítimas mortais seguia no sentido contrário e, por algum motivo, invadiu a faixa do carro de onde resultaram duas vítimas mortais. A zona tem boa visibilidade e apresenta um traço contínuo para quem circula de Sul para Norte”, disse ao CM o alferes Nuno Afonso, comandante do destacamento de Trânsito de Beja
Da GNR.
O IC1 esteve cortado entre as 14h00 e a 17h30 para as operações de socorro e para o levantamento de indícios que possam levar à explicação das causas que estiveram na origem do acidente entre o Peugeot 306, onde seguia o grupo de amigos, e o monovolume
Seat Alhambra, onde viajavam o casal de idosos e a filha.