A Casa Branca anunciou ontem que o presidente Barack Obama cancelou o encontro bilateral agendado para o próximo mês como homólogo russo, Vladimir Putin. O asilo concedido pela Rússia ao ex-analista da NSA Edward Snowden terá estado na origem da decisão. O Kremlin manifestou “desapontamento”.
Obama participará a 5 e 6 de setembro na cimeira do G-20, em São Petersburgo, mas a viagem não incluirá escala prévia em Moscovo para uma reunião com Putin, como estava previsto. Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, explicou o cancelamento invocando “a falta de progressos em temas como a defesa antimíssil, o controlo do comércio de armas, as relações comerciais e os direitos humanos”.
O porta-voz admitiu ainda que a “decisão dececionante” da Rússia em conceder asilo temporário a Snowden foi um fator ponderado “na avaliação do estado das relações bilaterais”.
Horas antes, Obama tinha criticado o asilo ao ex-agente da NSA: “Há momentos em que a Rússia resvala para a mentalidade da Guerra Fria e o que eu disse a Putin é que isso é passado e nós temos de pensar no futuro.”
O cancelamento da reunião não é uma rutura de diálogo com a Rússia, garantiu a Casa Branca, frisando que as reuniões bilaterais de secretários de Estado e da Defesa, amanhã, se mantêm.
Em contraponto à deceção da presidência russa, a decisão de Obama foi saudada nos EUA. “Foi a decisão acertada”, afirmou o senador democrata Charles Schumer.