Há cada vez mais portugueses a colocarem as poupanças em certificados de aforro. Em tempos de crise e medidas de austeridade, já são 9 750 milhões de euros investidos neste instrumento. Com um retorno de 3,189% brutos em agosto, os certificados estão a render mais do que os depósitos a prazo. Os particulares investiram mais 81 milhões de euros este ano, dos quais 28 milhões só no mês de junho.
O produto tornou-se atrativo graças à euribor e este mês está a pagar mais um porcento do que os depósitos, um prémio recorde desde que foi lançada a série C em 2008. Os certificados de aforro estavam a sofrer de uma fuga de investidores, não só por causa da baixa rentabilidade como também das ofertas agressivas dos bancos com depósitos para captar as poupanças dos portugueses. Em 2012 os certificados perderam 1 715 milhões d de euros. Mas as novas regras deste instrumento e a média de 2,18% de remuneração nos depósitos está a estancar esta situação. Este instrumento de poupança já supera grande parte da oferta da Banca. Nos dados da DECO, observa-se que só 67 em 385 depósitos a prazo superam as condições dos certificados de aforro, sendo que muitos só permitem depósitos bastante superiores aos 100 euros – mínimo necessário para subscrever certificados de aforro – e também apresentam variações de acordo com o montante e prazos de poupança.