Dezenas de apoiantes do deposto presidente do Egito, Mohamed Mursi, foram na madrugada de ontem massacrados pelas forças de segurança na cidade do Cairo, horas depois de o chefe do Exército ter pedido um mandato popular para “acabar com a violência e o terrorismo no país”.
Segundo algumas testemunhas, a polícia terá lançado gás lacrimogéneo antes de disparar “para matar” sobre milhares de pessoas que realizavam uma vigília de apoio ao ex-presidente junto a uma mesquita, no nordeste da cidade.
A Irmandade Muçulmana anunciou, num comunicado, que o ataque fez pelo menos 120 mortos e mais de 4 500 feridos. Outras fontes falam em mais de 200 mortos.
O governo interino já respondeu a estas alegações, pela voz do ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, que acusou a Irmandade de exagerar no número de mortos com fins políticos, e negou que a polícia tenha disparado ao acaso sobre os manifestantes pró-Mursi.
Um hospital de campanha foi montado junto ao local para tratar os milhares de feridos deste ataque. Este é já o segundo massacre levado a cabo pelas forças de segurança contra os apoiantes do ex-presidente, depois do ataque do passado dia 8, que fez pelo menos 58 mortos.
Recorde-se que a Justiça confirmou sexta-feira a detenção preventiva de Mursi, que é acusado de crimes como conspiração e homicídio, numa decisão que fez estalar mais manifestações a favor do ex-presidente islamita.