Mais de meio milhão de inscritos nos centros de emprego não recebe subsídio. Segundo os dados ontem divulgados pelo INE, do total de 947 800 registados no primeiro trimestre do ano, apenas 41,5% (393 mil) recebe essa prestação, o que significa que só 4 em cada 10 desempregados recebem subsídio.
Estes dados (a taxa oficial de desemprego é de 17,7%) são ainda mais preocupantes se tivermos em conta os 534 300 desempregados que já desistiram de procurar emprego (desempregados não considerados). Segundo as contas de Eugénio Rosa, economista da CGTP, feitas para o CM, o desemprego real é de 1 482 100 (uma taxa de 26,1%). Assim, mais de um milhão de desempregados, mais precisamente 1 089 000, não recebem subsídio. O que significa que só cerca de 3 em cada 10 (26,5%) está a receber uma prestação.
Outro dado preocupante é a diminuição do valor do subsídio. Em junho de 2012 foi, em média, de 501,85 euros, e em junho deste ano baixou para os 484,13 euros. É necessário levar em linha de conta que o subsídio será reduzido em 10% ao fim de 6 meses. Além disso, com o Orçamento Retificativo para 2013, todos os desempregados que recebem subsídio de desemprego vão sofrer um novo corte de 6%. Outro dado preocupante foi ontem revelado num relatório da OCDE, onde se atesta que Portugal é o nono país da organização com o maior peso dos gastos sociais no PIB, acima mesmo da Alemanha, que poderá atingir este ano 26,4%.