
Com as eleições federais à porta, a política de imigração volta a estar em debate no Canadá.
Os principais partidos têm discursos diferentes sobre o tema. Mas, para já, ambos defendem a limitação do número de entradas.
O líder conservador tem sido crítico da abordagem liberal. Pierre Poilievre associa os níveis elevados de imigração aos desafios no acesso à habitação e ao aumento do custo de vida.
Já o novo líder liberal tem dado menos destaque ao tema. Mark Carney prefere focar-se na economia e na relação com os Estados Unidos da América (EUA). Ainda assim, mantém os cortes definidos por Justin Trudeau.
Esses cortes reduzem o número de residentes permanentes a partir de 2025. A meta para este ano é de 395 mil – menos 105 mil do que o previsto. Os números continuam a cair em 2026 e 2027. Também estão previstas restrições à entrada de estudantes internacionais e trabalhadores temporários.
Carney diz que é preciso recuperar o equilíbrio. Argumenta que há falta de habitação e que muitos recém-chegados não encontram as condições esperadas. Por isso, defende que os limites se mantenham até haver mais capacidade de resposta – sobretudo mais casas.
Poilievre, por sua vez, questiona essa abordagem. Ainda não apresentou metas concretas, mas diz que o número de entradas deve acompanhar a capacidade do país, em áreas como a habitação, a saúde e o emprego. Defende também o controlo do crescimento populacional.
O NDP propõe uma abordagem diferente. Defende o acesso ao estatuto de residente permanente para quem já vive no país. E sugere um painel independente para definir metas, evitando decisões influenciadas por medos ou reações imediatas.
A imigração tem tido pouco destaque na campanha até agora. O tema tem sido ofuscado por outras questões, como a economia e a guerra comercial.