Canadá replica tarifas dos EUA no setor automóvel

stellantisnorthamerica.com

A 2 de abril, quarta-feira, Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), deu início a uma nova onda de tarifas recíprocas que envolvem vários países.

O Canadá ficou isento desta onda de tarifas recíprocas. No entanto, para além das tarifas de 10% sobre todos os produtos importados pelos EUA ao Canadá e ao México, que não estejam inseridos no Acordo Comercial Canadá-EUA-México, designado por CUSMA, e das tarifas de 25% sobre as importações dos EUA de aço e alumínio, a partir de 3 de abril, vigoram tarifas de 25% sobre as importações de automóveis.

A 3 de abril, quinta-feira, Mark Carney reuniu-se com os premiers canadianos para discutir as novas tarifas americanas. Após a reunião virtual, Carney informou que a resposta do Canadá é igualar as tarifas de 25% com um imposto sobre os veículos importados pelo país aos EUA.

Carney disse ainda que apesar de o Canadá ter ficado isento das tarifas globais recíprocas, o país é alvo de outras tarifas, suscitando uma resposta com propósito, união e força para proteção económica e comercial do país.

Nas suas redes sociais, o primeiro-ministro adiantou que foi estabelecido contacto com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, com quem foi acordada a necessidade de fortalecer o relacionamento comercial entre Canadá e Alemanha. O objetivo é fortalecer parcerias fiáveis para a economia e comércio de ambos os países.

Doug Ford, premier de Ontário, partilhou preocupação com o setor automóvel, não só pelas tarifas sobre a importação de automóveis, mas também pelas tarifas sobre o aço e o alumínio.

A preocupação de Ford é partilhada por empresas e sindicatos do setor automóvel. Uma fábrica de montagem da Stellantis, em Windsor, anunciou o encerramento de operações por duas semanas, para avaliação dos efeitos das tarifas.

A indústria têxtil também é alvo de preocupação. Após a entrada em vigor das novas tarifas americanas, algumas empresas canadianas de vestuário, como a Aritzia e a Lululemon, viram as suas ações cair 20% e 12%, respetivamente.

No setor da construção, até ao fecho desta peça, não foram comunicados impactos imediatos, mas a LiUNA reagiu nas redes sociais às tarifas. O sindicato está preocupado com os seus trabalhadores de ambos os lados das fronteiras, definindo as tarifas como “um ataque aos trabalhadores”. A força sindical acrescentou que a união é o caminho para proteger o país.