Ricardo Oliveira, empresário do setor imobiliário que foi acusado em dois processos do BPN por burla qualificada, fraude fiscal e falsificação de documentos, conseguiu reunir uma coleção de carros antigos, muitos deles modelos do princípio do século XX, que valerá milhões de euros. Entre as cerca de 70 viaturas, encontra-se, segundo apurou o CM, um Mercedes que terá sido utilizado por Hitler na II Guerra Mundial.
Os autos do processo 121/08, relativo à última acusação do Ministério Público no âmbito do ‘caso BPN’, revelam que, durante a investigação, foi encontrada uma vasta coleção de automóveis antigos. Junto aos autos está um conjunto de fotografias de diversos modelos clássicos de Mercedes, parqueados em duas garagens localizadas na rua do Arco do Carvalhão, em Lisboa. A diversidade de modelos é também visível num outro conjunto de fotografias de automóveis clássicos, a que o Correio da Manhã teve acesso, que integrarão a coleção particular de Ricardo Oliveira. As viaturas não foram apreendidas durante as investigações ao BPN.
O CM tentou falar com Ricardo Oliveira, para saber se o empresário mantém os carros antigos, mas o seu advogado de defesa explicou que o empresário não fala com a imprensa nesta altura.
Os investigadores fizeram também buscas na empresa José Miguel Rodrigues, na Maia, também conhecida por Auto Museu da Maia ou Maia Clássico. Segundo apurou o Correio da Manhã, esta empresa importava de Espanha os carros clássicos amolgados, reparava-os e vendia-os depois a Ricardo Oliveira. No processo 121/08, que o CM consultou no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), consta um documento que estabelece uma ligação entre Ricardo Oliveira e a firma José Miguel Rodrigues: “Existem já elementos que indiciam que o arguido Ricardo Oliveira terá realizado contactos com os responsáveis da empresa Auto Museu da Maia ou Maia Clássico, com base nos quais terá feito transferências monetárias a título de adiantamentos.”