Lisboa, 03 dez 2024 (Lusa) — A CP — Comboios de Portugal antevê “fortes perturbações” na circulação na sequência da greve geral agendada para a próxima sexta-feira, alertando para o impacto nos dias anterior e seguinte ao da paralisação.
“Por motivo de greve convocada pelo sindicato SMAQ [Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses], preveem-se fortes perturbações na circulação no dia 06 de dezembro com impacto nos dias anterior e seguinte”, refere uma nota publicada no site da CP.
Esta informação será atualizada caso venham a ser definidos serviços mínimos, refere a mesma nota que informa também os clientes que já tenham adquirido bilhetes sobre as condições de reembolso.
Assim, aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, a CP permitirá o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe.
Ambos (reembolso ou troca) podem ser efetuados nas bilheteiras em myCP, na área “Os seus bilhetes” (para bilhetes adquiridos na Bilheteira Online e App CP) “até aos 15 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente”.
Esta greve foi convocada pelo sindicato dos maquinistas face à ausência de clarificação do Governo sobre relação entre sinistralidade ferroviária e taxa de álcool destes trabalhadores e para exigir condições de segurança adequadas.
“O SMAQ – Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses decidiu avançar com um pré-aviso de greve geral para o dia 06 de dezembro de 2024, com impactos no dia 05 e dia 07, nas sete empresas onde tem representação: CP – EPE, Fertagus, MTS – Metro do Sul do Tejo, ViaPorto, Captrain, Medway e IP — Infraestruturas de Portugal”, informou aquela estrutura, em comunicado.
Em causa estão as declarações do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros de quinta-feira, na qual afirmou que “não é muito conhecido, mas Portugal tem o segundo pior desempenho ao nível do número por quilómetro de ferrovia de acidentes que ocorrem” e que tem “um desempenho cerca de sete vezes pior do que a primeira metade dos países europeus”.
O Governo aprovou uma proposta de lei que reforça “as medidas de contraordenação para os maquinistas deste transporte ferroviário, criando uma proibição de condução sob o efeito de álcool”, referiu ainda o ministro.
“Estando Portugal numa das piores situações em termos de nível de acidentes, tem do quadro contraordenacional mais leve e mais baixo da Europa”, rematou então o governante.
No dia em que emitiu o comunicado sobre a greve, o SMAQ adiantou que não obteve qualquer resposta à exigência feita ao ministro para que clarificasse e retificasse publicamente as suas declarações.
LT (MPE) // EA
Lusa/Fim