Política: Trudeau testemunha em inquérito de interferência estrangeira

Foto: Facebook Justin Trudeau

O primeiro-ministro Justin Trudeau testemunhou no inquérito público sobre interferência estrangeira a 16 de outubro. No seu testemunho de várias horas, Trudeau referiu o que ele diz saber sobre as tentativas estrangeiras de interferir na política canadiana. 

No depoimento, o primeiro-ministro colocou o foco nos conservadores, referindo que tem nomes de deputados conservadores envolvidos em interferência estrangeira. Mas acrescentou que também estão na lista nomes de deputados liberais e de outros partidos. Trudeau também disse que já tinha instruido o Serviço Canadiano de Inteligência de Segurança (CSIS) a alertar o líder conservador Pierre Poilievre para proteger a integridade do seu partido.

Trudeau abordou, também, a investigação do assassinato do ativista sikh Hardeep Singh Nijjar no qual estarão envolvidos, alegadamente, membros do governo da Índia e que tem gerado um aumento das tensões entre os países. 

Durante o seu testemunho, Trudeau referiu que soube pela primeira vez que o Governo da China estava alegadamente a perseguir a família de Chong para pressionar o deputado conservador Michael Chong através dos meios de comunicação social.

Trudeau disse, ainda, que a sua inferência não era partilhada por analistas profissionais dos serviços secretos e afirmou que os seus comentários não pretendiam minimizar a verdadeira questão – o facto de a China estar a escolher deputados por criticarem as ações do governo chinês.

Por fim, Trudeau disse que o Canadá pediu ao Governo da China que removesse Zhao Wei – um diplomata chinês acusado de visar a família de Chong – antes de decidir declarar Zhao persona non grata e expulsá-lo do país.

Trudeau defendeu que houve uma troca de mensagens com funcionários chineses antes de Zhao ser expulso, afirmando que já tinha dito às autoridades chinesas que a China tinha de deixar de interferir na democracia do Canadá.

Trudeau informou que não tem de aprovar a decisão de expulsar um diplomata, uma vez que essa autoridade pertence ao ministro dos Negócios Estrangeiros, mas que alegou que se envolve nas deliberações.