Os líderes políticos no Canadá manifestaram-se contra o que descrevem como “retórica odiosa” de um orador, num comício pró-Palestina em Vancouver, que disse à multidão que “nós somos o Hezbollah e nós somos o Hamas”.
Ambos os grupos são listados pela Segurança Pública do Canadá como entidades terroristas.
Em vídeos que circularam online, uma mulher mascarada não identificada liderou uma multidão de centenas de pessoas na Galeria de Arte de Vancouver na noite de 7 de outubro, gritando “morte ao Canadá, morte aos Estados Unidos e morte a Israel”, enquanto alguns no grupo queimavam bandeiras canadianas.
O protesto foi organizado pelo grupo pró-palestiniano Samidoun Palestinian Prisoner Solidarity Network e realizado no aniversário do ataque do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e desencadeou uma contraofensiva israelense que deixou cerca de 41 mil mortos em Gaza.
Os comentários no protesto atraíram condenação universal entre políticos federais e provinciais, com o Partido Conservador federal a prometer, caso seja o próximo governo, adicionar Samidoun à lista de entidades terroristas.
Durante o período de perguntas no Parlamento de 8 de outubro, membros conservadores exigiram repetidamente que Samidoun fosse adicionado à lista de terroristas.
Na plataforma social X, o líder do NDP de British Columbia (B.C.), David Eby, respondeu a uma publicação descrevendo o discurso, dizendo que “esse tipo de retórica odiosa é errada e não tem lugar em nossa província”.
O líder conservador de B.C., John Rustad, disse em declaração que o comportamento é “completamente inaceitável”.
O Departamento da Polícia de Vancouver informou ter aberto investigação às ações do protesto.
A polícia informou ainda a detenção da diretora do Samidoun, Charlotte Kates, que inclusive já havia sido detida pela polícia de Vancouver no ano passado em uma investigação de crime de ódio.
Kates foi detida após elogiar o ataque de 7 de outubro como “heróico e corajoso” em comício.
Ela é a coordenadora internacional da Samidoun — uma organização que luta para conscientizar sobre os prisioneiros palestinos.
O Ministério Público da B.C. informou abertura do processo de avaliação das acusações, sem detalhar.