Jorge Arruda apresentou ‘Santa Maria: Passado, Presente e Futuro’ na Casa dos Açores
O açoriano Jorge Arruda apresentou na passada sexta-feira, dia 27 de setembro,
às 7 pm, o livro ‘Santa Maria: Passado, Presente e Futuro’ na Casa dos Açores do Ontário, em Toronto. A obra é um trabalho monográfico em torno do património natural e cultural da ilha de Santa Maria. O livro fala sobre o concelho de Vila do Porto, entre os séculos XV e XXI.
O autor abordou neste estudo aspetos do património natural e cultural da ilha de Gonçalo Velho Cabral, primeiro capitão donatário das ilhas de Santa Maria e São Miguel. A obra promove uma ligação entre a geografia da ilha e a ocupação humana no território insular.
Em entrevista ao Correio da Manhã Canadá (CMC) durante o lançamento em Toronto, Jorge Arruda descreveu o estado atual de Santa Maria e o seu potencial futuro. De acordo com o autor, “a ilha está numa situação de transição, porque perdeu alguma importância que tinha nas ligações de tráfego a nível internacional, mas há uma luz, com o desenvolvimento e evolução dos eventuais voos espaciais e lançamentos para o espaço”.
Jorge Arruda acredita que Santa Maria poderá desempenhar um papel significativo nesse cenário, não só em termos científicos, mas também como destino de turismo espacial. “Santa Maria, ao que julgo saber, já chamou a si esse assunto para eventual legislação ou acompanhamento do que se pensa ser a utilização do espaço. Neste caso, não só Santa Maria, mas os Açores como um todo também”, descreveu.
Jorge Arruda é um destacado investigador de história, natural do concelho de Ponta Delgada, na freguesia de Santa Bárbara, e autor de vários trabalhos publicados em livro, que muito prestigiam e enriquecem a história e o património cultural dos Açores. A sua obra foca-se em aspetos da identidade e da memória açoriana.
Jorge Arruda foi ainda diretor do aeroporto de Santa Maria, uma experiência que recordou aquando do lançamento do seu livro em Toronto.
“Fui diretor do aeroporto mais do que uma vez e tinha relacionamentos frequentes com os responsáveis pelo serviço de controlo de tráfego aéreo. Havia processos e incidentes que aconteciam nas duas áreas, quer fosse no aeroporto ou no espaço, e fui me familiarizando”, contou ao CMC.
Essa vivência profissional reforça a sua visão sobre o futuro papel da ilha nas atividades espaciais: “Percebia-se que havia áreas específicas do espaço. A minha função objetivamente era gerir a infraestrutura aeroportuária, mas nada se fará no espaço se não houver uma infraestrutura física.”
No processo de criação do livro, Jorge Arruda contou com o apoio da sua filha, Noélia Arruda, que participou ativamente na organização dos conteúdos. Noélia, nutricionista, conta que começou a envolver-se na produção do livro em 2019.
“Em 2019, depois de se ter reformado, o meu pai estava cansado. Como gosto de Santa Maria – vivemos lá quatro anos quando ele foi diretor do aeroporto – decidi ajudá-lo a organizar todo o livro numa ótica de leitor”, contou Noélia ao nosso jornal.
“Fomos organizando e estruturando o livro para que fosse um livro histórico, mas também com alguma emoção e ainda com uma cronologia correta, desde as origens da ilha de Santa Maria até ao Porto Espacial, que marca o fim do nosso livro”, descreveu.
Em ‘Santa Maria: Passado, Presente e Futuro’, a história dos locais resulta de uma vivência comum ao longo de sucessivas gerações, visando a construção de legados coletivos de matriz identitária.