O primeiro-ministro Justin Trudeau participou no episódio de 23 de setembro, à noite, do ‘The Late Show with Stephen Colbert’, da CBS, em Nova Iorque.
A entrevista de Trudeau começou com as esperadas piadas sobre bacon e sobre os canadianos que pedem muitas desculpas. Mas quando questionado pelo apresentador sobre o esperado voto de confiança no Parlamento, marcado para a última semana de setembro, o primeiro-ministro reconheceu ser um momento muito difícil para o país.
“As pessoas estão a sofrer. As pessoas estão a ter dificuldade em pagar as compras, a pagar a renda, a encher o depósito”, disse Trudeau.
O primeiro-ministro admitiu que há frustração e que, apesar de ter dito que a economia canadiana está a ter um melhor desempenho a nível macro do que a do seu vizinho do sul, as pessoas não o sentem quando estão na caixa registadora.
Ainda assim, afirmou que é importante investir nas pessoas, avançando com o programa de 10 dólares por dia para os cuidados infantis, cuidados dentários e farmácia, para que os medicamentos para a diabetes e os contracetivos prescritos sejam gratuitos.
Durante a entrevista, Colbert afirmou que as tendências para o fascismo e xenofobia estão a aumentar em todo o mundo e que, mesmo no Canadá, o opositor de Trudeau foi apelidado de ‘Trump do Canadá’ e perguntou porque é que tais ideologias estavam a ganhar força num país educado como o Canadá.
Trudeau não se deixou abater pelo comentário de Trump, mas respondeu que o Canadá não é perfeito. Disse que os cuidados de saúde universais levaram décadas a ser conquistados e que também vale a pena lutar por coisas como liderar o mundo com ações sobre as alterações climáticas.
Colbert também perguntou a Trudeau sobre questões que o Canadá e os Estados Unidos da América (EUA) discutem, como o imposto sobre a madeira de coníferas que o Departamento de Comércio dos EUA quase duplicou em agosto. Trudeau respondeu que os americanos estão a pagar demasiado pela madeira serrada devido aos direitos aduaneiros.
Trudeau acrescentou também que apesar das pessoas muitas vezes só olharem para a mudança, vai continuar a lutar contra as alterações climáticas e a investir nas pessoas.