O governador do Banco do Canadá, Tiff Macklem, afirmou, a 20 de setembro, que existe uma grande incerteza quanto à forma como a inteligência artificial poderá afetar a economia no futuro, incluindo o mercado de trabalho e o crescimento dos preços.
Macklem referiu que o Banco Central está a abordar a questão com cuidado para compreender melhor de que forma a IA poderá afetar o seu trabalho de manter a inflação baixa e estável.
O governador diz que a IA tem o potencial de aumentar a produtividade do trabalho, o que elevaria os padrões de vida e faria crescer a economia sem aumentar a inflação. Mas, a curto prazo, o investimento em IA está a aumentar a procura e poderá ser inflacionista.
No entanto, Macklem também destacou cenários mais pessimistas, onde a IA poderia deslocar mais empregos do que criar ou levar a menos competição em vez de mais.
O governador apelou aos estudantes e às empresas para trabalharem em conjunto para lançar mais luz sobre os efeitos potenciais da IA na economia.
No entanto, o Banco da Canadá encontrou uma nova preocupação.
A descida de 50 pontos base da taxa de juro da Reserva Federal (FED) dos Estados Unidos da América (EUA), a 18 de setembro, teve efeitos a norte da fronteira, com os especialistas a apontarem implicações tanto para o Banco do Canadá, como para os detentores de hipotecas canadianos.
A FED deu um passo enorme para a sua primeira redução das taxas de juro em quatro anos, uma medida que surpreendeu muitos economistas que esperavam uma redução normal de um quarto de ponto.
Devido à estreita ligação entre as economias do Canadá e dos EUA, as mudanças significativas a sul da fronteira podem ter impacto nos mercados financeiros a norte, explica. Isto inclui o facto de as taxas de rendibilidade das obrigações parecerem mover-se “em coordenação” umas com as outras.
As taxas de rendibilidade das obrigações são influenciadas pelas expectativas de taxas de juro do banco central nos EUA e no Canadá. Estes também servem de referência para as principais taxas de empréstimo dos bancos canadianos, com o rendimento das obrigações do Estado canadiano a cinco anos a influenciar de perto as taxas de juro fixas dos empréstimos hipotecários a cinco anos.
No entanto, Macklem tranquiliza os canadianos, referindo frequentemente que o banco central define a sua taxa de juro com base em factores internos e não em movimentos nos EUA.