Londres, 01 ago 2024 (Lusa) – O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou hoje o seu apoio à polícia face aos “bandos de rufias” responsáveis pela violência em Southport, noroeste de Inglaterra, após um ataque em que três crianças, incluindo uma lusodescendente, foram mortalmente esfaqueadas.
“Vimos gangues de bandidos nas ruas de Southport, atacando os mesmos agentes da polícia que intervieram após o terrível ataque àquelas raparigas”, afirmou Keir Starmer no início de uma reunião com agentes da polícia, que tinha convocado.
“Este governo vai garantir que têm todos os poderes necessários”, afirmou.
Para o líder do executivo britânico, “isto não são manifestações, são desordens violentas”.
Um jovem de 17 anos, nascido no Reino Unido e filho de ruandeses, matou três meninas, incluindo a filha de um casal de madeirenses, num ataque durante uma aula de dança num centro educativo em Southport. Dez outras pessoas ficaram feridas, incluindo cinco crianças e dois adultos, que estão em estado crítico.
Após o ataque, eclodiram os primeiros confrontos na cidade de Southport, atribuídos pela polícia a manifestantes de extrema-direita que atacaram uma mesquita.
Anteriormente, tinham-se espalhado rumores nas redes sociais sobre a identidade e a religião do suspeito.
Os protestos estenderam-se a Londres, com distúrbios perto do parlamento e da residência oficial do primeiro-ministro britânico, tendo a polícia detido mais de 100 pessoas. Mais de cinco dezenas de agentes policiais ficaram feridos, segundo as autoridades.
A manifestação na capital, sob o lema “Enough is Enough” (“Já Basta”), foi promovida e organizada por membros da extrema-direita britânica após o crime de Southport.
Na terça-feira, além dos confrontos em Southport foram igualmente organizadas manifestações anti-imigração em Hartlepool, Manchester e Aldershot e que também acabaram em confrontos com a polícia.
Hoje, o suspeito foi presente ao tribunal de Liverpool e o juiz decidiu divulgar a sua identidade, tendo em conta que cumpre 18 anos na próxima semana.
“Continuar a impedir a comunicação completa tem a desvantagem de permitir que outros espalhem desinformação, no vazio”, justificou o juiz Andrew Menary.
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