Desde 2018, Ontário tem registado um aumento de mulheres assassinadas. Em 2018/2019, foram mortas 37 mulheres. Em 2020/2021, aquando da pandemia Covid-19, 58 mulheres foram mortas.
No final de 2023, houve 62 feminicídios. A Ontario Association of Interval and Transition Houses tem monitorizado estes números e indica um aumento de 68% ao longo destes anos.
Mas o que mais preocupa neste momento, é que 6 meses se passaram desde o início de 2024 e já foram registados 23 assassinatos de mulheres, nas suas próprias casas e por homens com quem tinham ligação.
Estas tragédias são alarmantes, mas são a fase final de uma crise maior e que requer atenção para cuidado e prevenção.
Diariamente são inúmeros os pedidos de ajuda de mulheres aos serviços da comunidade e à polícia. Mas as respostas são cada vez mais escassas, porque as instituições existentes e os serviços de apoio e abrigo estão lotados e limitados aos recursos existentes, tendo mesmo de rejeitar alguns pedidos.
Na região de York, as chamadas para a polícia aumentaram 31% e os pedidos de ajuda às instituições aumentaram 75% nos últimos anos.
De acordo com a Barbra Schlifer Commemorative Clinic, em 2019, antes da Covid-19, eram atendidas cerca de 8000 pessoas. Em 2023, após a pandemia, o número aumentou para 14000 pessoas.
Estes números são tão elevados que, em 2023, o abrigo para mulheres, Nellies, teve de rejeitar 177 mulheres que procuram refúgio.
Esta lotação dos abrigos resulta da dificuldade de acesso a habitação acessível para as vítimas, o que aumentou de 3 para 12 meses o tempo de permanência das vítimas nos abrigos.
Representantes das instituições de apoio partilham a mesma preocupação face às lacunas existentes na prestação de apoio a estas vítimas. Alegam a necessidade de aumentos de serviços de apoio, mas acima de tudo de casas abrigo.
A Ontario Association of Interval and Transition Houses disponibiliza um website onde as vítimas podem procurar os serviços disponíveis e denunciar.