Wall Street fecha em baixa afetada pela subida dos rendimentos das obrigações

Nova Iorque, 29 mai 2024 (Lusa) — A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em baixa, afetada por um forte aumento nos rendimentos das obrigações, situação que reflete as incertezas sobre as intenções do banco central norte-americano em relação à descida das taxas de juro.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 1,06%, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,58% e o alargado S&P500 desvalorizou 0,74%.

A rentabilidade dos títulos do Tesouro dos EUA foram o destaque desta sessão, subindo significativamente em detrimento dos investimentos em ações.

A taxa de dez anos ficou em 4,61% por volta das 20:55 em Lisboa, em comparação com 4,55% no dia anterior e 4,46% na manhã de terça-feira.

A confiança do consumidor norte-americano, mais forte do que o esperado, a receção mista às últimas três emissões de obrigações do Tesouro e os comentários rigorosos de um membro do banco central norte-americano (Fed) tornaram os investidores cautelosos em relação às ações.

Na terça-feira, o presidente da Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, estimou que nenhum membro da Reserva Federal “descartou completamente a possibilidade de um aumento das taxas” de juro, lembrou Chris Low, da FHN Financial.

“Claro que o dado importante da semana é o índice de preços no consumo PCE de sexta-feira, mas por agora parece que as emissões de títulos do Tesouro não correram muito bem”, com menos compras do que o esperado, frisou à agência France-Presse (AFP) Tom Cahill, da Ventura Wealth Management.

As emissões de títulos de dois e cinco anos na terça-feira e de títulos de sete anos hoje tiveram uma receção mista: “com a Fed a não sinalizar que reduzirá as taxas, os investidores estão hesitantes em comprar títulos se não souberem se haverá um, dois ou nenhum corte nas taxas de juros”, acrescentou Cahill.

A publicação do Livro Bege da Fed, o último relatório sobre a atividade económica antes da próxima reunião monetária, em 12 de junho, pouco contribuiu para elevar a confiança dos investidores.

As empresas “na maioria das regiões notaram que os consumidores resistiram a novos aumentos de preços, o que levou a margens de lucro mais baixas”, sublinharam os responsáveis no Livro Bege.

“Isto indica que a inflação continua certamente a moderar-se, mas mostra que as margens das empresas começarão a comprimir”, observou o analista da Ventura Wealth Management.

DMC // MAG

Lusa/Fim