MAIS DO QUE CULTURA, DANÇAR KUDURO É ESPERANÇA DE ESTRELATO E DE UMA VIDA MELHOR

LusaLuanda, 03 mai (Lusa) – Entre lixo amontoado em ruas de terra batida e água putrificada, no Sambizanga, na capital angolana, dançar kuduro corre no sangue, mas é agora também para os meninos do bairro uma esperança para o estrelato e para uma vida melhor.

“Eu digo que nasci para ser uma estrela. Isso é que me cativa, é que me faz ser um músico, feito no Sambizanga”, conta à Lusa “Papai Kiala”, menino de 17 anos, nascido e criado com a avó naquele bairro de Luanda, onde brincar – algo que acaba cedo – é na rua, entre garrafas de plástico, latas e um cheiro nauseabundo de lixo por recolher, não se sabe bem desde quando.

Este é considerado um dos berços do kuduro, dança e música urbana angolana, envolvendo por vezes letras de intervenção social, que nasceu em Luanda durante a guerra civil que assolou o país até 2002. Por aqui, no Sambizanga, multiplicam-se dançarinos, cantores e grupos.