Os eleitores açorianos votaram pela continuidade do governo de coligação PSD/CDS/PPM, porém, não deram a José Manuel Bolieiro a pretendida maioria absoluta.
Mesmo assim, José Manuel Bolieiro é o grande vencedor da noite eleitoral e o PS de Vasco Cordeiro é o grande derrotado. Bolieiro cumpriu a sua palavra, na formação de uma coligação pré-eleitoral, quando defendia a ida às urnas do PSD sem coligação. Nunca saberemos se o PSD, sozinho, teria ou não outro resultado, mas o líder arriscou e ganhou as eleições, feito que não acontecia há mais de duas dezenas de anos. O Chega é outro vencedor, porque cresce bastante, mas não tanto como pretendia. Mas, acima de tudo, consegue aquilo que o seu líder, André Ventura, pretendia, que é a coligação ficar dependente do Chega para formar governo, com a exigência do mesmo vir a integrar o executivo.
Contudo, o vencedor social-democrata, no seu discurso da vitória, assegurou que governará com “maioria relativa” e prometeu, num recado claramente dirigido ao Chega, não ceder a chantagens. Assim sendo, o governo de Bolieiro poderá ficar dependente da viabilização pelo PS.
Talvez seja a perfeita oportunidade para ampliar as possibilidades de novos acordos políticos? Será possível que as forças políticas se possam entender em parcerias para a governação? Esta talvez fosse a grande oportunidade para novos compromissos, com cedências de parte a parte e numa atitude que elevaria a política para níveis mais elevados.
Seja o que for que o futuro reserva, resta-nos esperar o melhor, já que os Açores voltam a ter um governo frágil, que sem estabilidade garantida, nos dá a certeza de que não serão dias fáceis.