Taxas de juro: Banco do Canadá repreende premiers por alegada interferência

Foto: Bank of Canada - Banque du Canada/Flickr
Foto: Bank of Canada - Banque du Canada/Flickr

Três premiers canadianos foram repreendidos pelo Banco do Canadá, por alegadamente comprometerem a independência da instituição. Em causa estão pedidos relacionados com as taxas de juro, como avança agora a imprensa canadiana.

O governador do Banco do Canadá avisou os premiers que pediram ao banco central para não aumentar as taxas de juro no mês passado que os seus pedidos poderiam comprometer a independência da instituição. A informação é agora avançada pela imprensa canadiana.

Os premiers de Ontário, de British Columbia (B.C.) e de Newfoundland and Labrador escreveram cartas a Tiff Macklem antes da decisão do Banco do Canadá sobre as taxas de juro, a 6 de setembro. Pediram que o banco central não voltasse a aumentar as taxas de juro devido a preocupações sobre os efeitos nos habitantes.

Macklem respondeu a estas cartas a 13 de setembro, reconhecendo que as taxas de juro mais elevadas estão a tornar a vida dos canadianos mais difícil. Mas salientou que a inflação também tende a afetar as pessoas mais vulneráveis da sociedade.

No entanto, alertou para o facto de as instruções ou pedidos de funcionários eleitos poderem dar a impressão de que a independência do Banco do Canadá está em risco.

Recorde-se que o banco central é independente do Governo federal.

A troca de impressões entre Macklem e os premiers é o mais recente exemplo do escrutínio político acrescido que o Banco do Canadá tem enfrentado pelas suas decisões após a pandemia, quando o país enfrentou os níveis de inflação mais elevados dos últimos 40 anos.